quinta-feira, 22 de março de 2012

Caminho da Luz é citado na matéria: "Fé para percorrer Santiago de Compostela"

Fé para percorrer Santiago de Compostela

Paulo Flávio Bertechini fala sobre associação criada para peregrinos da fé.

O Regional: Como ficou sabendo do Caminho de Santiago? E porque decidiu trilhá-lo? 

Paulo Flávio Bertechini:
 Fiquei sabendo da existência do Caminho de Santiago em 1998, numa viagem à Itália. Lembro de ter perguntado à minha amiga italiana, a Luísa, que mora em Veneza, quem eram aquelas pessoas que estavam caminhando pelas estradas, com mochila nas costas. Foi aí que ela me disse que eram peregrinos que viajavam a pé conhecendo os lugares. Pensei, então, que um dia gostaria de fazer exata-mente isto: viajar a pé conhecendo os lugares... Em 2004, quando estava procurando trilhas que pudesse percorrer, alguém me disse que o Caminho de Santiago era o melhor caminho, o mais bem estruturado, além de turístico, para caminhar. Esse comentário me fez lembrar de meu pai, que ainda era vivo e sempre dizia que um dia iria viajar para a Europa, onde se hospedaria nas igrejas e mosteiros, pois ele, como católico e ministro da igreja, poderia ficar nestes lugares pagando apenas pela comida e bebida. Comecei a sonhar com o Caminho e percebi que era exatamente o que eu gostaria de fazer: caminhar por diversos locais e ficar hospedado a custo baixo. 

O Regional: Quando decidiu que era a hora trilhá-lo? 

Bertechini:
 Depois do falecimento de meu pai, em março de 2007, decidi que iria viajar para a Espanha e fazer o caminho de Santiago de Compostela. Porém, não sabia de minhas condições físicas, se poderia cumprir o caminho todo. Decidido a fazer o Caminho de Santiago, em novembro de 2007 percorri o Caminho da Luz, da Cidade de Tombos a Alto do Caparaó, em Minas Gerais, subindo o Pico da Bandeira, tudo para sentir se teria condições de caminhar por vários dias seguidos. Foi quando conheci um grupo maravilhoso, de 12 pessoas, três do Rio de Janeiro, quatro de Brasília, um da Bahia e cinco da cidade de São Paulo. Dentre o grupo estavam Dona Lenir e Sandra, ambas de Brasília, que acabavam de voltar do Caminho Francês. Dona Lenir tinha mais de 60 anos e já o havia percorrido por duas vezes. Foi aí que pensei que, se ela conseguiu caminhar 20 quilômetros por dia, por que eu não poderia? Ouvi muitas histórias e dicas nestes dias de caminhada e foi a partir daí que decidi que estava na hora de ir para o Caminho. Sofri muito no Caminho da Luz, com fortes dores nas pernas, porque estava desidratado, bebia pouca água. Também tive uma conjuntivite, que se estendeu para uma toxoplasmose na vista direita. Quase fiquei cego de um olho, mas o que ficou marcado mesmo neste caminho foi a solidariedade do grupo. Um grupo de verdadeiros e inesquecíveis amigos. Mantemos contato sempre que podemos. 
Veja a matéria publicada no Jornal "O Regional", de Catanduva no link:

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